Mês da Memória: confira os atos que marcam os seis anos do rompimento da barragem em Brumadinho

No próximo dia 25, completam seis anos do crime ambiental que matou 272 pessoas em Brumadinho. O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, que liberou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de produção mineral e devastou paisagens e vidas de centenas de famílias, segue sem julgamento.

Entre as vítimas, estavam os jovens Camila e Luiz, filhos de Helena Taliberti, que também perdeu sua nora, grávida de cinco meses do seu primeiro neto. Desde então, ela lidera o Instituto Camila e Luiz Taliberti para honrar a memória das vítimas e lutar por justiça. Em janeiro, a entidade promove o Mês da Memória, com várias ações que unem arte e resistência para marcar a data.

Neste ano, acontecerá a exposição “Paisagens Mineradas: marcas no corpo-território”, em cartaz no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, durante o dia 25. A exposição receberá duas intervenções artísticas:

  • às 16h, será apresentada a performance “Pedaços de chãos se movem com as águas”, de Morgana Mafra, artista natural de Itabira. Sua obra combina dança e escultura em movimento, explorando as cicatrizes deixadas por um “chão explodido e fragmentado”. Com sons captados de uma cava a céu aberto e contrastes entre bruto e polido, pedra e ferro, a performance traduz a relação entre corpo, memória e paisagem devastada.
  • às 17h, a programação se encerra com a exibição do documentário “Sociedade de Ferro”, dirigido por Eduardo Rajabally. O filme investiga os desastres de Mariana e Brumadinho, desvendando as conexões entre as gigantes mineradoras e o poder público em Minas Gerais. A obra traça um panorama crítico da exploração de recursos naturais e seus impactos devastadores nas comunidades e ecossistemas. Com imagens que mostram o desaparecimento de montanhas, a contaminação de lençóis freáticos e a destruição dos territórios indígenas. Ao dialogarem com o tema central da exposição, as instalações de Morgana Mafra e Eduardo Rajabally reforçam a mensagem de memória, resistência e necessidade de transformação que permeiam o Mês da Memória.

Em São Paulo, será realizado um ato público em memória das vítimas. . O evento acontecerá dia 26, das 10h às 16h, na esquina com a Rua Pamplona, e reunirá atividades artísticas e educativas para todas as idades. A programação começa com oficinas voltadas para crianças, incluindo o plantio de mudas e a criação de um mural vivo, conduzidos por Luciana Cruz e Marcela Sevilla. Essas ações unem arte e ativismo ambiental, simbolizando a regeneração e convidando o público a refletir sobre a preservação da natureza.

No evento, a sirene será tocada às 12h28, horário exato do rompimento da barragem. O som, que representa o alarme que nunca soou em 2019, será seguido por um pronunciamento do porta-voz do Instituto Camila e Luiz Taliberti.

“Não foi um acidente. O processo ainda está em curso e ninguém até o momento foi responsabilizado”, relembra Helena Taliberti, presidente do Instituto Camila e Luiz Taliberti. “Perdemos nossos sonhos e a segurança que sentíamos. Perdi meus filhos, Camila e Luiz Taliberti, minha nora, Fernanda Damian de Almeida, grávida de cinco meses, do meu neto, Lorenzo. Perdemos tudo naquele dia 25, sonhos, planos, perspectivas”, enfatiza a presidente do Instituto Camila e Luiz Taliberti, Helena Taliberti, que estará presente ao lado do marido Vagner Diniz, que atua como presidente da Fundação do Memorial Brumadinho.

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Durante todo o dia, o público poderá participar de atividades como a oficina “Estampe-se”, com Monique Fora de Série, onde serão criados panos de prato com mensagens de resistência, além da ocupação criativa “Ser Rio”, que convida à reflexão sobre a importância das águas. Haverá, ainda, distribuição de kits de plantio e cartões semente e a circulação da “Bike Camila Taliberti”, que carrega mensagens de memória e conscientização. O público também poderá assinar o manifesto em nome da memória das vítimas e busca por justiça, que já conta com mais de 127 mil assinaturas.

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