O presidente do Projeto Social Alferes, Vanderley Lúcio, participou da 15ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mariana, realizada na segunda-feira (12), para relatar as dificuldades enfrentadas pela instituição, que há mais de uma década atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade no bairro Santo Antônio (Prainha). O uso da tribuna foi autorizado por meio do requerimento nº 181/2025.
Durante sua fala, Vanderley destacou que o projeto, ativo desde 2014, já acolheu mais de 250 crianças com idades entre seis e 16 anos. Atualmente, são 43 crianças matriculadas e outras cinco aguardando vagas, mas a continuidade do trabalho está em risco devido à falta de recursos financeiros. “Estamos em situação crítica. Temos apenas uma funcionária e estamos tentando negociar para mantê-la. Se fechar, infelizmente, as crianças estarão nas ruas, expostas a problemas como prostituição e gravidez infantil”, afirmou.
O dirigente pontuou que o projeto oferece uma alternativa segura e educativa para os jovens do bairro, promovendo atividades culturais e de lazer no contraturno escolar. “É a única instituição social no bairro que acolhe crianças. O bairro é muito carente e discriminado. Precisamos de apoio para continuar esse trabalho.”

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Ele aproveitou o momento para convocar os vereadores a conhecerem pessoalmente a realidade da comunidade atendida. “Alguns aqui já nos ajudam, mas temos novos vereadores. Quero convidar todos para conhecerem de perto as necessidades das crianças — não só as minhas. O apoio é essencial para mantermos esse serviço”, reforçou.
O vereador Ronaldo Bento, que já acompanha de perto as ações da entidade, expressou solidariedade ao pedido de apoio. “O Projeto Alferes resgata vidas no bairro Santo Antônio. Precisamos do engajamento não só da Câmara, mas também do Poder Executivo. Se perdermos o Alferes, estamos perdendo políticas públicas”, declarou.
Segundo o parlamentar, havia a previsão de repassar uma emenda no valor de R$ 20 mil em 2024, e apesar das limitações orçamentárias deste ano, a intenção de apoiar o projeto permanece. “É mais do que um projeto. Lá no bairro Santo Antônio, é O projeto. Me coloco inteiramente à disposição. Que seja o mínimo, mas que não deixemos essa política pública se perder.”
O Projeto Alferes opera com estrutura física limitada, número reduzido de funcionários e depende principalmente de parcerias com secretarias estaduais, editais públicos e doações de empresas — inclusive de fora do município.
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Bacharel em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), com passagens por Jornal O Espeto, Território Notícias e Portal Mais Minas.