Juliano Duarte comenta sobre situação do SAAE e instabilidade política de Mariana em Sabatina

Juliano Duarte comenta sobre situação do SAAE e instabilidade política em Sabatina

O vereador e candidato à Prefeitura de Mariana, Juliano Duarte (PSB), participou hoje (01) da sabatina promovida pela Rádio Real em parceria com o Jornal Geraes. Durante mais de uma hora, Duarte apresentou suas propostas e visões sobre temas cruciais, como o abastecimento de água na cidade, a diversificação econômica e o turismo.

O candidato também abordou a instabilidade política que, segundo ele, tem prejudicado o avanço de Mariana desde as últimas eleições. Ele expressou preocupação com os efeitos dessa instabilidade no desenvolvimento da cidade.

A sabatina seguiu um formato padronizado, onde cada candidato responde a perguntas essenciais sobre temas críticos para a cidade. Após as perguntas principais, os jornalistas tiveram a oportunidade de realizar questões adicionais, permitindo que o candidato ampliasse suas respostas, sempre dentro do limite de 70 minutos para a entrevista.

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA COM JULIANO DUARTE

Juliano Duarte respondeu as perguntas dos jornalistas do Jornal Geraes e Rádio Real.

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AS RESPOSTAS DE JULIANO DUARTE SOBRE AS QUESTÕES DE MARIANA:

Pergunta do Jornal Geraes/ Rádio Real: MUITOS BAIRROS DE MARIANA PADECEM COM A FALTA DE ÁGUA. COMO RESOLVER ISSO. O SAAE É O CAMINHO?

Resposta Juliano Duarte: “Olha, Mariana hoje vive uma crise hídrica que nunca aconteceu na sua história. Junto com a Sônia (vice), eu estou andando por todos os bairros e distritos. Eu passei por casas que estão há três meses, três meses sem cair uma gota de água, somente recebendo água através de caminhão-pipa, quando chega. É uma situação triste de ver, para uma cidade que tem uma receita aprovada pela Câmara de 914 milhões de reais. É importante dizer para a população que, em alguns desses bairros que estão nessa situação, os problemas já poderiam ter sido mitigados. Quando nós assumimos a Prefeitura em 2021, fizemos um planejamento de ações para alguns bairros crônicos com falta de água. Vou citar, por exemplo, o bairro Rosário. Nós licitamos três reservatórios no governo do Juliano Duarte: três reservatórios de um milhão de litros e três reservatórios de 500 mil litros. Fizemos um estudo hidrogeofísico do município de Mariana para identificar locais para perfuração de poços artesianos profundos.

Pois muitos desses bairros não têm captação de água superficial, somente captação de água profunda. Fizemos a perfuração de um poço artesiano para atender o bairro Rosário, que é o segundo maior bairro de Mariana, que está em uma situação crítica hoje, somente com caminhão-pipa. Fizemos a perfuração desse poço artesiano e tivemos uma vazão de 10 litros por segundo, o que significa 1 milhão de litros por dia. O poço foi envasado, o poço foi liberado, e fizemos o reservatório de 1 milhão de litros. O próximo passo era a rede do poço artesiano até o reservatório no alto do bairro de 1 milhão de litros, para abastecer o bairro Rosário, Morada do Sol, Novo Horizonte, Alto do Rosário, toda aquela região por gravidade. O Juliano saiu da prefeitura: o poço está lá parado, o reservatório está lá parado. Infelizmente, as pessoas que assumiram mais uma vez não deram prioridade para o bairro Rosário.

Além disso, nós temos outros bairros que sofrem com sistemas crônicos. Então, a gente tem um planejamento para a construção da ETA Norte, de captação de água ali na região da Vale, né? Onde a gente fala ‘o Bicão’. A gente tem que ampliar a captação também no Alto do bairro Cabanas, onde já tem um reservatório de 1 milhão de litros, que também foi feito no meu governo. A licitação ocorreu no meu governo para aumentar a captação de água para aquela região, onde iríamos buscar água na região da Serrinha. Então, tem um planejamento. Você não resolve problema de água, infelizmente, de um dia para o outro, com curto prazo. No curto prazo, infelizmente, é só caminhão-pipa, mas nós tínhamos um planejamento de longo prazo e de médio prazo, que de fato iniciamos, mas paralisaram com as trocas de governo. Então, o importante é que Mariana tenha estabilidade política no próximo mandato, e vai ter no governo do Juliano e da Sônia.

E o maior investimento, maior investimento, maior investimento – vou falar três vezes – para 2025, da gestão do Juliano e da Sônia, vai ser colocar água na torneira da população. Nós vamos priorizar o orçamento da Prefeitura para colocar água na torneira e acabar com o caminhão-pipa. Caminhão-pipa resolve problema de um dia. A gente quer resolver o problema de sempre, e vai ser com investimento.”

Pergunta do Jornal Geraes/ Rádio Real:  A HISTÓRIA RECENTE DE MARIANA TEM A MINERAÇÃO COMO PROTAGONISTA. PORÉM, COMO IMAGINAR O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO PARA ALÉM DO MINÉRIO?

Resposta Juliano Duarte: “Olha, o minério de ferro traz grandes receitas para o município de Mariana. Mariana é uma cidade 100% dependente da mineração, assim como Ouro Preto. O município precisa estar muito atento, porque o minério não dá duas safras e, um dia, ele vai acabar. Então, você tem que saber investir esse recurso que a mineração traz para sua cidade. A mineração traz recurso, mas também traz grandes problemas sociais. Mariana, hoje, tem uma população flutuante de mais de 30 mil pessoas advindas da mineração, e esse número de pessoas que vêm de fora da cidade causa sérios impactos no município. Causam a inflação em relação aos aluguéis de imóveis e à especulação imobiliária. Hoje, o aluguel em Mariana é caríssimo. Traz sobrecarga no sistema de saúde pública. Grande parte das pessoas que utilizam a Policlínica são das empreiteiras, e trazem uma grande demanda, né, de educação, de matrículas também nas creches e escolas.

Trazem também grandes problemas no trânsito da cidade. Um grande número de veículos transita por Mariana nos horários de pico, e a cidade fica travada em determinados pontos. Então, o poder público tem que estar atento a isso. Primeiro, cobrar da mineração o preço que ela causa na cidade. Não é só através de impostos que deve ser feito, mas também de condicionantes na hora de liberar a expansão dos seus empreendimentos. O licenciamento hoje é feito em Mariana, então o poder público, na hora de licenciar a mineração, precisa pensar: ‘Quer vir? Que venha, mas que traga benefícios, programas de expansão e desenvolvimento para a cidade’. Eu vou citar: em décadas passadas, muitos bairros de Mariana cresceram através da mineração, como Jardim dos Inconfidentes, Vila da Vale, os predinhos da Vale, Fonte da Saudade. Então, se vem um grande número de pessoas, tem que sentar com a mineração e dizer: ‘Olha, vocês querem vir? Sejam bem-vindos, mas vamos trabalhar em conjunto para criar a expansão urbana, com áreas organizadas e regularizadas dentro da cidade de Mariana’.

Tem que saber investir esse recurso. Saber investir através da diversificação econômica, trazer empresas de outros ramos para a cidade, que não sejam ligadas à mineração, porque, quando a mineração for embora, todas as empresas ligadas a ela também vão embora. A receita vai cair. Quando você traz empresas de outros ramos, elas vão continuar. Investir no turismo: Mariana tem um potencial turístico gigantesco. Trazer grandes eventos também, que tragam turistas para a cidade, para fomentar a economia, para fomentar o comércio, como alguns que deram certo, como o Iron Biker Brasil, o Natal de Luz em Mariana e outros que estão no nosso plano de governo. A gente vai trabalhar para potencializar e, de fato, trazer pessoas de fora para conhecer a cidade de Mariana e também trabalhar fortemente na diversificação da nossa economia.”

Pergunta do Jornal Geraes/ Rádio Real: NÃO TEM COMO FALAR DE MARIANA SEM FALAR DA POPULAÇÃO FLUTUANTE. ESTIMA-SE QUE ESTE CONTINGENTE ESTÁ ENTRE 20 E 30 MIL PESSOAS. QUAIS SÃO OS CAMINHOS PARA MITIGAR OS PROBLEMAS CAUSADOS POR ISSO?

Resposta Juliano Duarte: “Mariana é um povo acolhedor, é um povo que respeita as pessoas, é um povo amigo, e todo mundo que vai para Mariana não quer ir embora. Eu tenho conversado com muitas pessoas na caminhada, falo: ‘De onde você é?’ ‘Eu vim de tal estado, eu vim de tal região.’ E você está gostando de Mariana? ‘Gostei, não quero ir embora daqui. Aqui tem emprego, aqui tem transporte público gratuito.’ As pessoas são acolhedoras. Então, a gente tem que trabalhar para dar oportunidade para essas pessoas também morarem. A gente tem um grave problema hoje de ocupações irregulares em Mariana, porque esse poder público não cria políticas públicas de habitação. Ninguém vai conseguir ficar pagando aluguel a vida inteira, e aluguel caro. Ou você vai pagar aluguel, ou você vai colocar comida na boca da sua família, do seu filho. Então, Mariana está crescendo de forma desordenada, de forma desorganizada, porque o poder público não está criando políticas públicas de habitação. Semelhante ao que eu vejo acontecer em algumas regiões hoje da cidade de Ouro Preto.

Então, nós pretendemos trazer para Mariana o programa Minha Casa Minha Vida. Passando a eleição, eu vou lá em Brasília, vou bater na porta do presidente, e eu vou priorizar. Vai ser uma das principais ações do governo do Juliano no primeiro ano de governo, em 2025: trazer o programa Minha Casa Minha Vida para dar condição de dignidade para as pessoas morarem, já que moradia é um direito constitucional. Não é a prefeitura que vai dar casa para ninguém, a prefeitura tem que dar condições para que as pessoas adquiram os seus imóveis. Minha Casa Minha Vida, faixa 1, tem uma média de R$ 400 por mês. Quem não tem essa condição de pagar? Todo mundo quer pagar. Você está pagando, e o que é o seu hoje? Você paga em Mariana R$ 800 numa kitnet para morar. Então, a gente vai trabalhar fortemente na política habitacional, também com o crescimento organizado da nossa cidade.”

Com a entrevista de Juliano, encerramos a série de sabatinas com os candidatos de Ouro Preto e Mariana. Com sete entrevistas e mais de sete horas de conversa.

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