Moradores de Mariana cobram transparência sobre duplicação da BR-356

A duplicação da BR-356 voltou ao centro das discussões em Mariana. Na noite da última quinta-feira (29), moradores, lideranças comunitárias e representantes de movimentos sociais se reuniram no Sindicato Metabase, no bairro Barro Preto, para debater os impactos do projeto e cobrar mais transparência sobre as intervenções previstas.

Conduzido por Rinaldo Pereira, Raquel Sousa e Letícia Oliveira — representantes de entidades locais e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) — o encontro reforçou críticas já feitas em reuniões anteriores, especialmente quanto à ausência de informações claras para a população.

A duplicação integra o programa de concessões “Via Liberdade” e será leiloada na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo, no dia 10 de julho. O projeto prevê investimentos de R$ 6 bilhões, sendo R$ 2 bilhões oriundos da repactuação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015. Segundo os participantes, o uso desses recursos de reparação exige maior participação popular nas decisões.

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Letícia Oliveira, da coordenação nacional do MAB, destacou que a duplicação pode causar impactos além das áreas diretamente afetadas. “Vai haver mudanças urbanas, cobrança de pedágio, e tudo isso pode gerar prejuízos à população se não houver um debate justo e transparente”, afirmou. Ela também ressaltou que o acesso à informação é o primeiro direito a ser violado em obras desse tipo.

Moradores das regiões de Passagem de Mariana e Vila São Vicente demonstraram preocupação com os possíveis impactos econômicos da duplicação da BR-356, como redução no movimento de comércios locais. Eles cobram a divulgação de estudos técnicos, mapas do traçado e garantias sobre os direitos da população.

Novas reuniões estão previstas para as próximas semanas, com o objetivo de mobilizar a sociedade e pressionar por maior diálogo com os órgãos responsáveis.

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