A cidade de Ouro Preto será palco de uma importante iniciativa de valorização da história e da cultura afro-brasileira. No dia 30 de maio, será lançado o Circuito Ou(T)ro Preto, um projeto que une visitas guiadas a locais históricos com um curso gratuito de formação para guias em Afroturismo. O evento de abertura acontece das 19h às 22h, na Mina du Veloso, no bairro São Cristóvão.
Com duração de um ano, o circuito propõe recontar a história de Ouro Preto a partir do protagonismo negro, oferecendo uma nova perspectiva sobre o patrimônio da cidade. Ao todo, cerca de 1.200 estudantes da rede pública, educadores, pesquisadores e moradores locais participarão das atividades, que incluem formações, visitas pedagógicas e ações culturais.
Idealizado por Eduardo Du Evangelista, engenheiro e criador da Mina du Veloso, o projeto busca destacar a contribuição dos povos africanos na construção da cidade. “Ouro Preto deveria ter mais visibilidade. É uma cidade construída por mãos negras. A nossa potência é mundial. O que a Meca representa para os muçulmanos, Ouro Preto representa para os povos diaspóricos”, afirma Evangelista.
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O curso de Educação Patrimonial Afrocentrado será ministrado por educadores do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), do Rio de Janeiro, e tem como foco capacitar jovens e adultos para atuarem como guias de turismo cultural. As inscrições vão de 2 a 20 de junho, com aulas entre 23 e 28 de junho. Os participantes receberão certificado e poderão integrar as visitas guiadas do circuito, que terão entrada gratuita e transporte incluído.
Entre os locais que farão parte do roteiro estão a própria Mina du Veloso, a Casa dos Contos e o Museu da Inconfidência, todos reinterpretados a partir de uma leitura crítica e afrocentrada da história. A proposta é mostrar os saberes, tecnologias e resistências dos povos africanos no Brasil, valorizando a memória e combatendo o apagamento histórico.
Segundo Leo Ferreira, coordenador do projeto, o circuito pretende inserir Ouro Preto na rota nacional do Afroturismo, que já inclui cidades como Salvador e o Rio de Janeiro. “Vamos positivar o termo ‘negro’. Mostrar que fomos essenciais na construção dessa cidade e desse país”, afirma.
Realizado por meio de uma parceria entre a Mina du Veloso, a Associação Move Cultura e o Ministério da Cultura, o Circuito Ou(T)ro Preto promove ações em quatro eixos: social, ao incentivar o empoderamento da população negra; cultural, ao resgatar a herança afro-brasileira; econômico, com a geração de renda e oportunidades; e ambiental, ao fomentar a preservação consciente dos espaços históricos.
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