Pastor Mazinho explica saída de aliança antiga e criação da ‘Ouro Preto Livre’

Pastor Mazinho explica saída de aliança antiga e criação da 'Ouro Preto Livre'

Na manhã desta quarta-feira (28) aconteceu uma coletiva de imprensa da coligação “Ouro Preto Livre”, que é encabeçada pele candidato a Prefeito Pastor Mazinho (PL) e o candidato à vice-prefeito Professor Geraldo Gomes (DC). A entrevista teve como objetivo a explicação da dissidência dos partidos da antiga aliança que apoiava Zé Leandro – que seguiu com Duarte Júnior (Republicanos) – e a criação do novo grupo. Sentaram à mesa também o ex-vereador suplente Geovanni Mapa e o ex-secretário de esportes e ex-presidente do Republicanos Wagner Mello.

A campanha do PL, DC e Mobiliza começou ‘atrasada’ não só para Mazinho e Geraldo, como também para os candidatos à vereador da aliança. O registro dos 20 concorrentes só aconteceu alguns dias depois do fechamento do prazo.

Pastor Mazinho, José Leandro e Duarte Júnior: entenda o jogo político em Ouro Preto

O Pastor Elismar Raimundo, o Mazinho, destacou que a decisão de se afastar da antiga coligação se deu devido a uma série de desentendimentos e desacordos com as decisões tomadas nos bastidores, que não consideravam os interesses do grupo. Além disso, afirmou que os partidos souberam do lançamento da campanha de Júnior pelas redes sociais, às vésperas. Por isso o registro de candidatura saiu “em cima da hora”.

Mazinho inicialmente apoiava a candidatura do Dr. José Leandro. Ele inclusive esteve ao lado do ex-prefeito no lançamento de sua pré-candidatura, em maio deste ano.

Contudo, o Pastor revelou que a desistência do médico devido a problemas de saúde foi um dos fatores que motivaram a reconfiguração de sua campanha. O candidato do PL também mencionou as dificuldades enfrentadas com a nova aliança formada após a saída de Leandro, afirmando que as decisões eram tomadas de maneira centralizada e sem consultar os demais membros do grupo.

Pastor Mazinho explica saída de aliança antiga e criação da 'Ouro Preto Livre'
O deputado federal Lincoln Portela (PL), Pastor Mazinho, Zé Leandro e Libine Christan no lançamento da pré-candidatura de Leandro.

“Percebemos que só havia um protagonista na aliança e que os interesses coletivos foram ignorados. Além disso, foram feitas alianças com pessoas que não poderíamos jamais compartilhar ideias e palanques“, declarou o pastor. Ele também criticou o que chamou de “manobras políticas” que, segundo ele, prejudicaram não só sua campanha, mas também a dos candidatos a vereador da antiga coligação.

Tanto Geovanni quanto Mazinho foram enfáticos ao afirmar que Duarte caminha com o ex-prefeito Júlio Pimenta. Isso no entanto, não foi confirmada de maneira oficial por Duarte Júnior em nossas apurações.

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Havíamos, como os senhores sabem, apoiado incondicionalmente a campanha do Dr. José Leandro, por quem nutrimos uma grande admiração e carinho. Porém, na sua desistência ao pleito por motivos de saúde e apoiando o então pré-candidato Du de Mariana, no que a princípio nós declaramos apoio, mas quando começamos a percorrer os primeiros metros do que seria uma longa corrida, percebemos que só havia um protagonista, uma estrada de mão única e alguém que não pensava no grupo e no interesse coletivo.

(Faço, entre tantos exemplos, um: no dia __ foi o lançamento oficial da campanha do Du de Mariana, nós PL e DC e Mobiliza, só tomamos conhecimento através das redes sociais. Pois ele só mandou um ofício. Avaliem os senhores se isso é equipe ou grupo, quem dirá espaço para o povo ouro-pretano.)

Como se não bastasse, contra os nossos consentimentos foram feitas alianças com pessoas com quem não poderíamos jamais compartilhar ideias, palanques e muito menos o futuro da cidade, a menos que, na força de ganhar o pleito, se atropelassem princípios, valores que são inegociáveis e não estão à venda.

Parte do texto lido por Mazinho na abertura da coletiva.

Geovanni Mapa, representante do Mobiliza, também participou da coletiva e esclareceu que a ruptura com os antigos aliados ocorreu durante a convenção do PSDB, quando, segundo ele, as decisões foram tomadas sem a participação de todos. Ele, que era pré-candidato à vereança pelo PSDB – partido que hoje apoia Duarte- desistiu da campanha e iniciou processo de desfiliação. Mapa agora coordena as tomadas de decisão da aliança “Ouro Preto Livre” e representa o partido Mobiliza.

O Mobiliza, em momento algum, compactuou com essa situação (supostas irregularidades nas convenções). Não compactuamos com decisões tomadas dentro de gabinetes, à revelia da população e da democracia. Então, quando a convenção do PSDB foi realizada, nós já estávamos desvinculados da possibilidade de uma coligação. Não acionamos a justiça porque, se o fizéssemos e anulássemos a convenção, prejudicaríamos os candidatos do PSDB, do PL e do DC, e não queríamos prejudicar ninguém. Mas o Mobiliza, naquele momento, já havia se declarado fora da coligação“, disse Geovanni.

Pastor Mazinho explica saída de aliança antiga e criação da 'Ouro Preto Livre'
Pastor Mazinho tem 52 anos e Professor Geraldo Gomes possui 77. Foto: Igor Varejano

Os membros da chapa fizeram questão de se identificar como “verdadeira direita” de Ouro Preto, indicando que a sua candidatura representa uma terceira via dentro das disputas políticas de Ouro Preto.

Sentado ao lado da mesa que formou a coletiva, estava Wagner Mello, um dos protagonistas das recentes movimentações políticas em Ouro Preto. Mello foi secretário de esportes de Angelo Oswaldo e presidente do Republicanos, e quando Duarte chegou ao partido, foi exonerado da Prefeitura. Recentemente, ao anunciar a junção de Duarte e Zé Leandro na Rádio Itatiaia, Wagner foi “desautorizado” a falar pela sigla pelo ex-prefeito de Mariana.

“Foi aquela confusão toda, e o áudio acabou ficando no ar, com acusações de que o partido estava sendo usurpado por mim e etc. Nesse momento então nós rompemos. “

Essa decisão de Duarte, segundo Wagner, foi o motivo de seu rompimento com ele. Mesmo ainda fazendo parte do partido, ele disse que caminhará ao lado de Pastor Mazinho.

Duarte Júnior rebate falas e prega respeito à aliança “Ouro Preto Livre”

O jornal Geraes buscou a versão de Duarte Júnior sobre as falas de Pastor Mazinho, Geovanni Mapa e Wagner Mello. De início, o candidato fez questão de citar que se reuniu, juntamente com sua mulher Regiane, com o Pastor Mazinho na casa dele, contrapondo a fala sobre “manobras políticas feitas nos porões”, citadas pelo candidato do PL.

“Tivemos uma conversa, eu e ele, que ele sabe qual foi. Tínhamos um pensamento muito próximo de que poderíamos caminhar juntos, e ele decidiu ser candidato, e isso faz parte…”, disse Duarte ao comentar a decisão de Mazinho.

Pastor Mazinho explica saída de aliança antiga e criação da 'Ouro Preto Livre'
Duarte Júnior – à esquerda, buscou apoio de Zé Leandro – à direita. O ex-prefeito de Ouro Preto indicou o vice para o ex-prefeito de Mariana.

Quanto às acusações de manobras feitas nos bastidores com acordos políticos, ele afirma que não tem acordos políticos relacionados a cargos ou secretarias e que quem disser o contrário está mentindo. Ele garante que seu governo será formado por pessoas técnicas e comprometidas com Ouro Preto, e não por acordos políticos.

“Qualquer pessoa que quiser votar em Duarte Júnior, eu vou receber e vou agradecer. Agora, uma coisa importante que as pessoas precisam saber: eu não tenho acordo com ninguém. Se alguém disser que tem um acordo com Duarte Júnior relacionado a secretarias ou cargos, ela está mentindo. E eu posso afirmar que essa pessoa não fará parte do meu governo, porque meu governo será formado por pessoas que eu escolher, que sejam técnicas e que tenham compromisso com a cidade de Ouro Preto”, disse.

O candidato Duarte Júnior também falou sobre Wagner Mello, político que ainda faz parte da direção do Republicanos, mas que está com Pastor Mazinho. Ele disse:

“Olha, o Wagner foi presidente do partido; hoje ele não é mais. Ele é um cidadão de Ouro Preto e vai escolher com quem vai caminhar. Como eu disse, todo voto é importante. Agora, quem fará parte do governo será minha consciência”, disse o ex-deputado federal ao Geraes.

Duarte também contrapôs a afirmação de que o atraso do registro de atas dos vereadores do PL e DC foi por culpa da antiga aliança. Ele destacou que se ocorreu, “não foi por responsabilidade nossa. Se precisar, nós temos áudios que ele enviou até o nosso presidente do partido, Guilherme, que vão comprovar que sempre trabalhamos com transparência e respeito”.

Com a definição de Pastor Mazinho como candidato, Ouro Preto tem quatro candidatos oficiais à Prefeitura: Angelo Oswaldo (PV), Du Evangelista (PSOL), Duarte Júnior (Republicanos) e Pastor Mazinho (PL). Nesta sexta-feira (30) tem início a propaganda eleitoral gratuita.

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