O julgamento da Tragédia de Mariana, que ocorrerá na Inglaterra, tem novas datas. Estão marcados para os dias 13 e 14 de dezembro duas novas audiências, que debaterão as próximas medidas a serem tomadas no correr do processo. A responsável pela decisão será a Corte de Tecnologia e Construção. O valor da indenização para os atingidos pode chegar perto dos R$ 30 bilhões de reais.
Em 2015, ocorreu o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana. Após o incidente, seguiu-se uma série de julgamentos para entender como sucederam os acontecimentos e achar os responsáveis. A Samarco, mineradora que operava na barragem, era gerida de forma compartilhada entre a Vale e a BHP Billiton, empresa anglo-australiana. Por conta disso, os atingidos conseguiram fazer com que o julgamento fosse movido para a Inglaterra.
Julgamento
Nos tribunais britânicos, ocorre uma ação coletiva que representa mais de 200 mil atingidos. A BHP, empresa com uma receita avaliada em 60,82 bilhões de dólares (2021), já utilizou de diversos recursos para tentar recorrer à responsabilidade nos ocorridos, mas a corte britânica tem agido para impedir que a empresa se exima da culpa.
A tragédia que ocorreu em Mariana teve consequências inestimáveis, tanto para o meio ambiente como para a vida dos atingidos. No total, foram 500 mil atingidos, 19 mortos, e mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos que foram lançados ao meio ambiente, causando consequências tanto para o solo, quanto para a Bacia Hidrográfica do Rio Doce, uma das maiores atingidas.
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Impacto ambiental
A Tragédia de Mariana afetou 41 cidades entre Minas Gerais e Espírito Santo, e gerou uma degradação de 240.88 hectares de Mata Atlântica. Mais de 29 mil carcaças de peixes foram retiradas dos Rios Carmo e Doce, atingindo a marca de 14 toneladas de peixes mortos. Além disso, 3 reservas indígenas foram afetadas: Krenak, Tupiniquim e Guarani. Há a expectativa que 5 indígenas da tribo Krenak estejam presentes nas audiências, para representarem todos que sofreram da degradação causada pela barragem.
Texto com supervisão de Rômulo Giacomin*
Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Ouro Preto, sempre quis seguir por esse caminho, trabalhar com a notícia, acompanhar de perto o esporte, escrever e me comunicar.
