Nesta sexta-feira (25), às 9h30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília, para assinar o Novo Acordo de Mariana, visando a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), ocorrido em 2015. O evento contará também com a presença dos ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Marcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), que participarão de uma coletiva à imprensa após a cerimônia. O prefeito de Mariana Celso Cota (PSDB) está na capital.
A assinatura acontece faltando 11 dias para a tragédia/crime completar 9 anos. O rompimento levou a vida de 19 pessoas de maneira imediata, além de extinguir dois distritos históricos da Primaz de Minas (Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues). As consequências ambientais à longo prazo ainda são sentidas, por toda a bacia do Rio Doce, chegando até o Espírito Santo. O relatório oficial do Conselho Nacional dos direitos humanos afirma que: “A lama provocou a morte de mais de 11 toneladas de peixes, ameaçou a extinção de algumas espécies, impactou fauna, flora, áreas marítimas e de conservação, além de causar prejuízos ao patrimônio, às atividades pesqueira, agropecuária, turismo e lazer na região”
Leia também:
- Carro alvejado por balas em Ouro Preto foi tentativa de homicídio
- Bebê é abandonado na porta de prostíbulo em Mariana
Em 2016, o primeiro acordo criou a Fundação Renova, que construiu reassentamentos e afirmou já ter desembolsado R$ 36 bilhões em indenizações e investimentos
Concomitantemente à essa assinatura, acontece na Inglaterra o julgamento do mesmo caso, ação movida por mais de 600 mil pessoas. Juristas entendem que a assinatura da repactuação pode definir a perda do objeto do processo europeu.
Prefeito Celso Cota e vice-prefeito acompanham assinatura em Brasília
O prefeito de Mariana, Celso Cota (PSDB), o vice-prefeito Cristiano Vilas Boas (PT) e o procurador da Prefeitura, Leonardo Andrade, estarão presentes para acompanhar o desdobramento do acordo que, segundo o Governo Federal, envolve um montante expressivo destinado à recuperação e desenvolvimento da região afetada.


Juliano Duarte (PSB), prefeito eleito de Mariana, manifestou-se contrário à assinatura imediata do acordo, sugerindo que o município poderia obter vantagens ao aguardar o julgamento do processo em Londres, previsto para o primeiro semestre de 2025. “Nada nos impede de assinar a repactuação depois do julgamento. É melhor esperar para entender o que vale mais a pena para o município”, afirmou Duarte.
Investimentos e benefícios previstos no acordo
Os valores estabelecidos no acordo abrangem diversos setores e atendem a demandas urgentes dos moradores da região da Bacia do Rio Doce. Os principais pontos incluem:
- Pagamento imediato de R$ 30 mil a cerca de 300 mil famílias afetadas
- R$ 640 milhões para fortalecer o Sistema Único de Assistência Social (SUAS)
- R$ 12 bilhões para saúde coletiva, dos quais R$ 3,6 bilhões destinados à infraestrutura
- R$ 7,09 bilhões para impulsionar a economia da região
- R$ 1 bilhão para auxílio financeiro a mulheres que sofreram discriminação no processo de reparação
- R$ 17,8 bilhões para projetos socioambientais nos Estados
- R$ 11 bilhões para saneamento básico
- R$ 4,6 bilhões para recuperação de rodovias, incluindo as BR-262 e BR-356
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias da Região dos Inconfidentes e de Minas Gerais? Então siga o Jornal Geraes nas redes sociais. Estamos no Facebook, no Instagram e no YouTube. Acompanhe!

Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.