Integrantes da luta por moradia acampam na Praça Tiradentes, em Ouro Preto

Integrantes da luta por moradia acampam na Praça Tiradentes, em Ouro Preto

Cerca de 40 integrantes do movimento de luta por moradia de Ouro Preto acamparam na Praça Tiradentes na noite desta segunda-feira (26). A manifestação faz parte da mobilização para a audiência pública marcada para esta terça-feira (27) às 18h no plenário da Câmara Municipal. O objetivo é discutir o andamento das negociações da Prefeitura em relação a dois terrenos estratégicos: as chamadas terras da FEBEM e as terras da Novelis.

O vereador Wanderley Kuruzu (PT) é o responsável pela instauração da reunião na Casa de Leis de Ouro Preto. Em entrevista ao Jornal Geraes, ele explicou que os terrenos em questão poderiam resolver o problema da habitação do município.

Segundo ele, a porção conhecida como terras da FEBEM pertence ao Governo de Minas e possui cerca de 300 hectares — o equivalente a aproximadamente 500 campos de futebol — localizados na entrada da cidade, para quem vem de Belo Horizonte. Já sobre o terreno da Novelis, Kuruzu destaca que, estão em negociação direta com a empresa, que teria a obrigação de repassar parte da área ao município. O motivo seria uma urbanização feita de forma irregular pela antiga proprietária, a empresa Alcan. A regularização depende de um processo de Reurb (Regularização Fundiária Urbana), que prevê a transferência de parte do terreno à Prefeitura.

Por isso, os manifestações, em sua maioria moradores da Ocupação Chico Rei e apoiadores, se reuniram no maior cartão postal da cidade: para fazer barulho e atentar o poder público sobre essas negociações.

Os cartazes expostos à frente das barracas onde as pessoas dormiram expõem frases como: “Nossa luta é por todos que não tem casa” e “Não pedimos nada ‘de graça’, mas sim valores acessíveis”.

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A crise da moradia em Ouro Preto

Para Kuruzu, a crise habitacional de Ouro Preto é fruto de uma questão estrutural, fundada sob duas vocações da Cidade Patrimônio Mundial.

“Ouro Preto vive uma crise habitacional estrondosa, devido principalmente a dois fatores: o aquecimento da mineração — a intensificação da atividade minerária no nosso município, que traz muita gente de outras regiões para morar na nossa cidade — e também o aumento do número de alunos da UFOP nos últimos 10, 15 anos”, explicou.

De acordo com ele, a pressão sobre o setor habitacional é tamanha que se tornou extremamente difícil encontrar imóveis disponíveis para locação residencial, e, quando existem, os aluguéis são considerados altíssimos.

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