BR-356: Impactos da duplicação são debatidos Assembleia de Minas

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A proposta de duplicação da BR-356, entre Nova Lima e Mariana, foi tema de uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (17) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. A principal controvérsia levantada no debate foi o modelo de concessão apresentado pelo governo estadual, que prevê a cobrança de pedágio de aproximadamente R$ 20 por sentido, gerando insatisfação entre moradores e parlamentares.

A audiência foi organizada pelos deputados estaduais Leleco Pimentel e Padre João, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), reunindo representantes do governo estadual, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), vereadores e lideranças comunitárias. Os impactos financeiros da duplicação da BR-356 para a população e a falta de um projeto detalhado foram os principais pontos questionados.

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O deputado Leleco Pimentel destacou a ausência de um estudo detalhado sobre o custo total da obra. Segundo ele, a audiência expôs a falta de um projeto executivo claro e a incerteza sobre o real valor da duplicação. “Temos apenas um esboço de trajeto, sem um orçamento fechado. O governo estadual fala em R$ 2,1 bilhões, enquanto outras estimativas falam em até R$ 5 bilhões, mas sem embasamento técnico”, criticou.

O superintendente do DNIT, Antônio Gabriel Oliveira dos Santos, reforçou a falta de um orçamento definido. “Um contrato dessa magnitude deve superar a casa de R$ 150 milhões, mas ainda não temos um valor exato”, afirmou. Já o deputado federal Padre João questionou a transparência do processo e a falta de clareza sobre o número de praças de pedágio. “Inicialmente, falaram em cinco praças com tarifa de R$ 14. Depois, reduziram para R$ 8. No entanto, ao percorrer todo o trecho, um motorista pode pagar mais de R$ 80. Precisamos discutir melhor essa questão”, enfatizou.

Uma das maiores preocupações expostas na audiência foi o impacto financeiro para os moradores da região. O vereador de Mariana, Preto do Cabanas, criticou a falta de participação das mineradoras no financiamento da obra. “São elas que mais utilizam a rodovia. Por que não cobrar uma taxa maior dessas empresas ao invés de pesar no bolso da população?”, questionou.

Luiz Carlos Teixeira, representante da Federação das Associações de Moradores de Ouro Preto (FAMOP), ressaltou que o alto fluxo de carretas da mineração é um fator determinante para os problemas viários. “São 400 caminhões por dia passando pela BR-356. Apenas duplicar a rodovia não resolve o problema se não houver controle desse tráfego”, apontou.

Os moradores da Vila São Vicente, em Passagem de Mariana, também manifestaram preocupação com a possibilidade de desapropriações. Eles sugeriram que a duplicação utilize o lado esquerdo da rodovia, onde há um terreno privado sem residências. O vereador Matheus Pacheco, de Ouro Preto, alertou que a obra de duplicação da BR-356 pode afetar diretamente bairros populosos e pediu garantias de segurança para os residentes.

BR-356: Impactos da duplicação são debatidos Assembleia de Minas
Moradores da Vila São Vicente são ameaçados pela duplicação da BR-356 / Foto: João B. N. Gonçalves

Governo Estadual defende concessão para duplicação da BR-356

A secretária de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernanda Alen, defendeu o modelo de concessão e destacou os benefícios da duplicação da BR-356. Segundo ela, o projeto prevê 67,36 km de duplicação, 11 passarelas, 66 pontos de parada de ônibus e 39,8 km de faixas adicionais, além de dispositivos de segurança como defensas metálicas e barreiras.

Ela também argumentou que a concessão permitirá a manutenção da malha viária e a geração de empregos ao longo dos 30 anos do contrato. A secretária destacou ainda melhorias realizadas no projeto após audiências públicas, como a antecipação de obras e a criação do Desconto de Usuário Frequente (DUF), que poderá amenizar os custos para motoristas que utilizam a via regularmente.

Na região de Cachoeira do Campo, a Travessia Urbana está recebendo investimentos, incluindo revitalização do pavimento, melhoria da sinalização, modernização do sistema de drenagem e aprimoramento da iluminação pública. Essas ações visam melhorar a segurança e a fluidez do tráfego.

Apesar dos argumentos do governo estadual, a audiência terminou sem consenso sobre o modelo de concessão e os valores do pedágio.

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