A cidade de Mariana receberá R$ 80 milhões da empresa Samarco, como contrapartida do Projeto de Longo Prazo da mineradora. As novas operações que ampliarão a capacidade de produção da capacidade do Complexo de Germano foram tema de discussão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) hoje (19). Falta apenas a aprovação de um conselho para a empresa conseguir a anuência municipal para o processo que prevê retomada de 100% das atividades de mineração até 2042.
A informação do valor da compensação foi revelada pelo secretário de meio ambiente de Mariana Anderson Aguilar, que explicou que a empresa queria pagar R$ 20 milhões, mas o valor foi aumentado após um pedido de reavaliação do poder público municipal.
O projeto foi aprovado no Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) e segue para o Conselho de Patrimônio Cultural (Compat). De acordo com Aguilar, a sua pasta solicitou informações complementares da Samarco e fez diversas ponderações, até que o Longo Prazo foi aprovado, com condicionantes.
Segundo a ALMG, a secretaria de Meio Ambiente de Mariana afirmou que de acordo com os estudos, os parâmetros de ruído, poeira e vibração não impactarão as comunidades.
Leia também:
- 63% das mulheres sofreram assédio nas universidades; Ouvidoria feminina da UFOP é destaque na ALMG
- Ouro Preto registrou focos de incêndio por toda a cidade durante o final de semana
“Solicitamos monitoramentos constantes desses parâmetros, por meio de sensores, o que foi aprovado no projeto”, relatou Anderson Aguilar.
Os estudos da Secretaria pediram a implantação de uma unidade de proteção integral no sítio arqueológico de Mirandinha, entre Bento Rodrigues e Camargos. Segundo Aguilar, o local deve ter um raio de proteção de 250 metros, conforme legislação federal.
Bernardo Campomizzi, membro dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Ambiental (Codema) e do Patrimônio Cultural (Compat), criticou o processo, afirmando que “A mineração quer avançar sobre núcleos urbanos; propõe também a supressão de mais de 120 hectares de mata, o empilhamento de estéril de 140 metros de altura e a instalação de uma correia transportadora de minério”. Segundo ele, tudo isso pode gerar o aumento do tráfego de veículos, a poluição sonora e ambiental, com a piora da qualidade do ar.
Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.
[…] Após passar pelo Codema, o licenciamento deve passar também pelo conselho de Patrimônio de Mariana. Ainda segundo Aguilar, a cidade receberá R$ 80 milhões da Samarco como contrapartida ambiental. […]