A morte de um idoso de 89 anos desencadeou uma operação contra um asilo irregular em Belo Horizonte. As investigações conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre irregularidades resultaram no indiciamento do gestor do local por maus-tratos maus-tratos a outros 36. Os mesmos crimes também foram atribuídos à mãe do suspeito. O responsável ainda foi indiciado por homicídio de um segundo idoso e pela retenção indevida de cartão bancário.
Ao todo, três inquéritos foram instaurados pela 2ª Delegacia de Polícia Civil em Contagem. Após cerca de quatro meses de apuração, o abrigo foi interditado em 28 de maio, durante ação conjunta entre a PCMG e órgãos municipais. Na ocasião, os internos foram encaminhados, conforme a necessidade, para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) ou para seus familiares.
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Casos investigados
As investigações tiveram início em janeiro deste ano, após a morte de um idoso de 89 anos no abrigo. Segundo o delegado Marcus Vinícius Gontijo Monteiro, profissionais de saúde acionados para atendimento no local suspeitaram da situação e comunicaram os fatos à Polícia Civil.
“Encaminhamos o corpo ao Instituto Médico-Legal e requisitamos perícia no local para apurar possíveis maus-tratos. Ouvimos médicos e oficiamos órgãos municipais para verificar a regularidade do abrigo. Com base em laudos periciais e relatórios da Vigilância Sanitária, concluímos em março o primeiro procedimento”, detalhou Monteiro, referindo-se aos crimes de maus-tratos identificados.
No início de maio, outra idosa, de 61 anos, morreu quatro dias após sofrer uma queda. As mesmas providências foram adotadas. “Os laudos de necropsia apontaram duas causas: tromboembolismo pulmonar, um coágulo que interfere no fluxo sanguíneo – provavelmente relacionado à permanência prolongada dos idosos acamados, o que pode ter ocasionado a primeira morte – e traumatismo cranioencefálico”, explicou o delegado.
Interdição
Segundo Monteiro, ao final do primeiro inquérito, a PCMG representou pela interdição do abrigo. “A Vigilância Sanitária interditou o local, mas o gestor seguiu com as atividades. Entendemos, então, que ele, na condição de garantidor, assumiu o risco [pela segunda morte], diante das diversas irregularidades apontadas. O local apresentava surto de sarna, piolho, presença de roedores, estrutura física inadequada para ILPI, ausência de alvará de funcionamento e cobrança de valores dos internos”, afirmou.
Durante a ação conjunta realizada no fim de maio, um familiar esteve no local para retirar o pai e denunciou a retenção de um cartão bancário usado para recebimento de benefício previdenciário. “O investigado foi conduzido à delegacia e teve a prisão ratificada em razão da retenção do cartão”, acrescentou o delegado.
Monteiro informou ainda que, com a conclusão dos três inquéritos, os procedimentos foram encaminhados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
Com informações da Polícia Civil
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