A história tricentenária do município de Ouro Preto é também história da economia criativa em Minas Gerais e no Brasil. Buscando desenvolver as potencialidades e atender as fragilidades da criatividade geradora de renda na Cidade Patrimônio Mundial, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, juntamente com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e demais instituições, elaborou o Plano Municipal da Economia Criativa para ser apreciado e votado na Câmara. Esse é um passo importante para consolidar a candidatura de Ouro Preto como Cidade Criativa de Arte e Artesanato pela Unesco.
A construção do Plano foi adiantada pelo Jornal Geraes, à época ainda Galilé, que explicou que a elaboração desta política pública envolveria a participação da comunidade na discussão e definição dos pontos mais importantes. Em entrevista para a nossa reportagem, Marcos Knupp aponta que desde o primeiro momento houve visitas aos distritos, oficinas e um amplo diagnóstico da economia criativa local, o que resultou em um plano de ação com objetivos, metas e práticas para execução nos próximos quatro anos.
“Buscamos dados primários, realizamos oficinas na sede e nos distritos, mapeamos informações e fizemos um amplo diagnóstico da economia criativa de Ouro Preto. “Incluímos a criação de um banco de dados atualizado, programas de capacitação para a comunidade e laboratórios para prospectar novos produtos e designs“, disse Knupp ao Geraes.
Política pública que trará desenvolvimento para um setor produtivo inteiro em Ouro Preto
Da tradição doceira de São Bartolomeu, passando pela pedra-sabão de Santa Rita, pelas mil possibilidades da jabuticaba de Cachoeira do Campo e tantos outros fazeres tradicionais das terras da antiga Vila Rica, criar para gerar renda não é novidade por essas bandas. Nesse contexto, o professor Marcos Knupp destaca que a vocação de Ouro Preto reúne potencialidades que podem ser ampliadas e fragilidades que poderão ser mitigadas com a implementação do Plano de Economia Criativa.
Esse plano busca minimizar fragilidades e potencializar os pontos fortes do município, considerando suas potencialidades e características únicas
Marcos Knupp é professor da UFOP e doutor em Ciência Política.
Mas como um plano pode realmente fazer a diferença na vida dos produtores e comerciantes?
Quando um setor recebe atenção do poder público e tem suas demandas transformadas em políticas públicas, cria-se um caminho estruturado, com metas e objetivos claros, para promover o desenvolvimento e a qualificação daqueles que produzem a riqueza cultural da região.
Nesse contexto, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Ouro Preto, Felipe Guerra, destaca que o plano, elaborado de forma colaborativa, vai além de uma simples diretriz administrativa. Ele simboliza um compromisso concreto com a geração de empregos, a diversificação econômica e a melhoria da qualidade de vida. Ao garantir bases sólidas, o plano estabelece condições para um desenvolvimento sustentável que beneficie diretamente os produtores, comerciantes e a comunidade como um todo nos próximos anos.
“Trata-se de uma ação plural e importante, construída com a participação de toda a sociedade civil organizada, do terceiro setor, do setor produtivo, da UFOP, do IFMG, e alinhada ao nosso conceito de desenvolvimento econômico”, ressaltou Guerra.
Ouro Preto: uma cidade criativa
Além de levar mais qualificação e desenvolvimento para quem vive da economia criativa de Ouro Preto, o Plano também é a pedra fundamental da busca pelo selo de Cidade Criativa, pleiteado pelo município junto à Unesco. Para Knupp, o plano fortalece a candidatura no segmento de Artesanato e Arte Popular, demonstrando que a cidade possui bases sólidas para fomentar a economia criativa, independentemente da obtenção da chancela.
“A candidatura fortalece a projeção de Ouro Preto no cenário regional, nacional e internacional. “Ouro Preto é uma cidade que respira arte popular e artesanato desde sua constituição como Vila Rica.Ao longo dos séculos, a cidade consolidou uma forte tradição no segmento, o que a torna naturalmente apta a liderar iniciativas de economia criativa“, destacou Marcos ao Geraes.
Felipe Guerra entende que o plano é visto como um passo essencial para consolidar Ouro Preto nessa candidatura.
Hoje, saímos daqui com uma política pública revigorada, preparada para os próximos quatro anos, focada na geração de empregos, no aumento da renda, na diversificação da nossa matriz econômica e, sobretudo, na busca pela melhor qualidade de vida para a nossa população, destacou Guerra.
Agora o Plano Municipal da Economia Criativa será entregue para ser discutido e votado pelo vereadores de Ouro Preto na Câmara Municipal.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.