A Capela de Santa Teresa D’Ávila, localizada no distrito de Bandeirantes, em Mariana, sofreu um ataque de vandalismo na última segunda-feira (06). Com mais de 300 anos de história — sendo uma das mais antigas da Primaz de Minas —, as dependências históricas são preservadas pela comunidade, que agora busca ajuda para restaurar o que foi destruído.
O morador João Gomes, coordenador da comunidade, afirmou ao Jornal Geraes que o responsável pelo dano foi um rapaz em surto psicótico. Sem controle de suas faculdades mentais, ele entrou na capela e destruiu vários bancos, duas portas, cadeiras e uma pequena parte do altar. De acordo com Gomes, isso representa “um prejuízo incalculável para a comunidade”.
Isso porque o templo é considerado um local sagrado pelos moradores, já que muitos relatam terem alcançado graças após rezarem na Capela de Santa Teresa. Além disso, João destaca: “Em nossa região de Mariana, a única capela dedicada a Santa é a do nosso distrito”.
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Capela de Santa Teresa D’Ávila, importante templo para a história de Mariana e Minas Gerais
Além do valor ritualístico para os moradores de Bandeirantes, a Capela também possui um valor histórico imensurável. De acordo com a publicação Notas para o estudo de capelas do Ciclo do Ouro em Minas Gerais, do pesquisador Élcio Moroni Filho, estima-se que o templo religioso tenha sido construído em 1703, apenas sete anos após a fundação da Vila de Nossa Senhora do Carmo, posteriormente renomeada como Mariana em homenagem à Rainha da Áustria.
Segundo Moroni, a Capela de Santa Teresa D’Ávila, em Mariana, pode ter servido de inspiração para o estilo adotado em outras capelas mineiras no início do século XVIII. Com um formato estreito e alongado, ela apresenta uma nave única e uma área de teto mais baixo, dividida em três espaços: uma sacristia com pia de água benta e objetos religiosos, uma sala com mesa usada para reuniões e um depósito onde são guardados diversos itens.
Atualmente, a comunidade do distrito de Bandeirantes é responsável por manter a capela, com o apoio da Prefeitura de Mariana. Segundo João, a principal dificuldade no custeio é o fato de a capela não possuir tombamento estadual. Por isso, os moradores se unem para captar recursos e garantir a preservação do templo.
Diante dessa situação, eles iniciaram uma campanha de arrecadação para recuperar a memória da Capela de Santa Teresa. O grupo de moradores disponibilizou uma chave Pix: CNPJ 25.695.693/0001-05. O comprovante de doação pode ser enviado para o número: (31) 97167-1850.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.