Os moradores atingidos pela devastação dos dois distritos na tragédia/crime de Mariana em 2015, Paracatu e Bento Rodrigues, temem o futuro nos reassentamentos construídos pela Fundação Renova. Uma reportagem publicada pela Folha de São Paulo, repercutida pelo Estado de Minas conversou com os atingidos, que expuseram o receio quanto ao custo de vida nas casas construídas pela empresa.
A Fundação criou os novos distritos como forma de reparar o dano devastador criado pelo rompimento da barragem em 5 de novembro de 2015. Diante disso, as pessoas que perderam as suas moradas puderam escolher dentro de um catálogo de opções o que seria construído nas novas localidades. Contudo, tanto o “Novo Bento” quanto o distrito de “Paracatu de Baixo” não remetem em nada ao modo de vida dos moradores dos locais destruídos pela lama.
A reportagem do jornal paulista ouviu Romeu Geraldo de Oliveira, morador de Paracatu. Ele afirma que as construções da Renova ignoram os modos de vida dos moradores. Com aparência de condomínio fechado, as ruas não permitem a criação de galinhas e porcos como era comum tanto em Bento quanto Paracatu. “Antes, por ser zona rural, as pessoas trabalhavam em suas casas ou na dos vizinhos. Hoje, não é área rural mais; não se pode ter galinha, porco nem nada”, disse Romeu para a Folhapress.
Além disso, há uma preocupação factível quanto ao custo geral da vida nos reassentamentos. Por conta da complexidade das novas construções, os atingidos terão que arcar no futuro com uma taxa de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) possivelmente maior que a praticada na cidade. E ainda: mercadorias advindas da sede de Mariana sofrem um acréscimo de valor ao chegarem no Novo Bento e em Paracatu de Baixo, trazendo ainda mais custos.
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Para a Folhapress, a Renova justifica a escolha das casas, afirmando em nota que “A obra só teve início após a aprovação final do desenho pelos futuros moradores, que acompanharam todas as etapas”.
Neste ínterim, moradores de Paracatu buscaram uma reunião na última segunda-feira (05) com funcionários da Fundação Renova em busca de buscar rapidez na manutenção das casas já entregues. Além disso, pediram prazo maior no custeio geral das despesas dos moradores.
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