O prefeito Juliano Duarte (PSB) celebrou, ao lado de um grupo de atingidos, o final do julgamento do Caso Mariana na corte da Inglaterra. O processo na justiça britânica teve seu final nesta quinta-feira (13), porém, a sentença deverá ser proferida nos próximos meses.
Em vídeo publicado nas redes, o chefe do executivo municipal da Primaz de Mariana celebra o final das alegações finais do processo judicial que busca responsabilizar a empresa BHP por danos e garantir uma reparação justa para os afetados.
“Estamos muito confiantes com a decisão para que as pessoas, de fato, do município de Mariana, tenham uma reparação justa, todos atingidos direta e indiretamente. Saímos com o dever, sensação cumprida. O julgamento chegou agora ao fim“, disse Juliano.
Ele ainda trouxe a expectativa pelo prazo final para entrega da sentença:
“Esperamos que, no meio do ano, já venha uma decisão contra a empresa BHP, favorável às mais de 15.000 pessoas de Mariana que estão com processos aqui, às quase 100 empresas que também estão com processo e também ao município de Mariana, que busca por uma reparação justa para que a gente possa melhorar a qualidade de vida da nossa população“, destacou.
Duarte ainda aproveitou para valorizar a luta de Pamela, Giovana e Mônica, mulheres que representam os atingidos.
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Mariana coloca todas as expectativas de reparação no julgamento da Inglaterra
Um dos motivos da felicidade do chefe do executivo marianense é a possibilidade de receber uma indenização mais considerável do que a repactuação firmada no Brasil. É importante destacar que ele foi um dos 23 prefeitos que decidiu não assinar o acordo feito entre o poder público brasileiro e as mineradoras. O prazo se encerrou no último dia 6 de março e ele explicou os motivos da não assinatura em uma coletiva de imprensa.
Na ocasião, Duarte criticou a forma com que o acordo foi conduzido e destacou ainda o prazo para pagamento da reparação, apontando que as mineradoras terão ao todo quase 30 anos para indenizar os municípios.
“Nós estamos falando de um acordo de 170 bilhões de reais, que é desde o início das atividades da Fundação Renova até a assinatura da repactuação, somente 4% ficou dividido para 49 cidades, 49 municípios. Sendo assim, foi criado o Fórum de Prefeitos (Fórum Permanente de prefeitos da Bacia Do Rio Doce) (…) E o pedido que o fórum fez, através do seu presidente, assinado por todos os prefeitos, foi de 11% do valor total da repactuação”, disse Juliano.
Por conta disso, ele argumenta que assinar o acordo no Brasil prejudicaria essas pessoas e empresas, já que o valor pleiteado na justiça inglesa é significativamente maior (28 bilhões de reais) do que o oferecido no acordo brasileiro.
“Esses dados estão contabilizados com prejuízos, com quedas de receita, com quedas de tributo, com impactos que causaram junto ao município de Mariana, que está na corte inglesa.”, apontou o chefe do executivo.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.