Amanhã (10), o Cruzeiro recebe o Atlético, às 21h30, para o último clássico de 2024. No primeiro turno, o Galo aplicou um 3 a 0 sem dificuldades, explicitando o abismo que existia entre os dois maiores times de Minas. Agora, quase quatro meses depois, a Raposa vive outra realidade, podendo abrir 10 pontos de vantagem para o rival na tabela do Brasileiro. O alvinegro, por sua vez, luta contra as oscilações na competição nacional, em busca de justificar os investimentos nas copas.
O confronto coloca frente a frente os dois gigantes, em uma proximidade de poderio financeiro e esportivo que não se via desde 2019. Os anos de ‘cólera’ do Azul coincidiram com o período mais vitorioso do Atlético. Por isso, para além do confronto entre os 22 jogadores, o que estará em jogo no Mineirão também é a guerra pelo domínio da cidade.
CRUZEIRO DE ABRIL X CRUZEIRO DE AGOSTO: ENTRE UM RONALDO E UM PEDRINHO
O jogo da primeira parte do torneio ocorreu no dia 20 de abril de 2024. Naquela época, o dono da SAF do Cruzeiro ainda era Ronaldo. A venda para Pedro Lourenço, o Pedrinho BH, só foi sacramentada no dia 29 do mesmo mês. Desde então, uma verdadeira revolução aconteceu no clube. O novo mandatário decidiu ser mais agressivo no perfil de contratações, além de adotar uma postura mais comunicativa do que o antigo chefe.
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Desde a coletiva de apresentação de Alexandre Mattos, Pedrinho não se furta a estar sob os holofotes no mundo do futebol, assumindo tanto o ônus quanto o bônus de ser dono de um dos maiores clubes do Brasil. Para o campo, sete reforços chegaram de uma vez, sendo alguns deles trazidos diretamente do futebol europeu.
O goleiro Cássio, o zagueiro Jonathan Jesus, os volantes Fabrizio Peralta, Matheus Henrique e Walace, além dos atacantes Kaio Jorge e Lautaro Díaz, foram contratados.


A partir disso, as mudanças no campo também ocorreram. Do time titular do último clássico, apenas quatro jogadores permanecem como titulares da equipe, sendo eles, inclusive, os pilares do atual Cruzeiro de Seabra. O treinador, que estava iniciando seu trabalho, escalou o time com: Anderson, Willliam, Neris, João Marcelo e Marlon; Lucas Silva, Ramiro, Filipe Machado; Matheus Pereira, Arthur Gomes e Rafa Silva.
Com o tempo, o técnico conseguiu encontrar uma formação que deu sustentação ao Cruzeiro, permitindo uma boa campanha mesmo sem os reforços. No entanto, os 11 titulares agora são bem diferentes. Para o jogo contra o Fortaleza, a Raposa entrou em campo com: Cássio, Willliam, Zé Ivaldo, João Marcelo e Marlon; Lucas Romero, Matheus Henrique, Barreal, Matheus Pereira, Lautaro Díaz; Kaio Jorge.
Caso tivesse vencido o time do Ceará, o Cruzeiro poderia ter assumido a terceira colocação. Por isso, a perspectiva é outra para o mandante no jogo de amanhã.
ATLÉTICO DE ABRIL X ATLÉTICO DE AGOSTO: DA LUA DE MEL PARA A CORREÇÃO DE ROTA
No fatídico 20 de abril, Milito estava prestes a completar um mês de trabalho no Atlético. Naquele momento, poucos times no país jogavam no nível que os comandados pelo argentino conseguiam alcançar. Para muitos, o melhor time do Brasil naquela época.
Porém, havia uma Copa América no meio do caminho, e com ela vieram várias lesões. A perda de alguns pilares da equipe, bem como o elenco curto, resultou em consequências dramáticas.
Além disso, uma queda natural de ritmo trouxe um período de oscilação entre junho e julho, que pode ter custado a disputa pelo título brasileiro. No momento, o Galo ocupa a 9ª colocação, 15 pontos atrás do líder Botafogo. Por isso, apesar de não ser uma posição oficial do clube, os torcedores veem as copas como possibilidades mais viáveis de título.
Com a reintegração de jogadores como Arana e Alan Franco, a equipe ganhou mais robustez. Além disso, a janela de transferências também foi prolífica, com as chegadas de Bernard, Lyanco, Júnior Alonso, Fausto Vera e, agora, Deyverson. Com isso, o time titular do Atlético também foi alterado.



No 3 a 0, o time de Milito foi: Everson; Saravia, Battaglia, Jemerson e Arana; Otávio, Alan Franco, Zaracho e Scarpa; Hulk e Paulinho.
Já na vitória contra o CRB pela Copa do Brasil, na quarta-feira, a equipe foi: Matheus Mendes; Saravia, B. Fuchs, Júnior Alonso; Otávio, Alan Franco, Arana e Scarpa; Paulinho e Cadu.
Contudo, mesmo com algumas mudanças estruturais, a grande alteração é negativa. O artilheiro e referência Hulk segue lesionado e não deve enfrentar o Cruzeiro.
Portanto, o jogo de amanhã promete ser o confronto entre duas equipes em momentos distintos na temporada, mas que começam a se aproximar em outros aspectos. Seria esse o clássico mais equilibrado desde 2019?
A realidade é que apenas o campo pode responder.
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Jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto, com passagens por Esporte News Mundo, Blog 4-3-3 e Agência Primaz.