Exploração da barragem de Fundão em Mariana era negócio lucrativo, admite ex-diretor da Samarco

Exploração da barragem de Fundão em Mariana era negócio lucrativo, admite ex-diretor da Samarco

O ex-diretor do Conselho da Samarco, Christopher Campbell, admitiu que a exploração da Barragem de Fundão, rompida em 2015 no desastre de Mariana, era um negócio lucrativo. O executivo foi ouvido na segunda semana do julgamento na Inglaterra, que coloca no banco dos réus as mineradoras responsáveis pela maior tragédia ambiental do Brasil. As informações são do G1.

Os atingidos, que é um grupo composto por comunidades, municípios, igrejas e empresas, reivindicam mais de R$ 260 bilhões em indenizações da BHP Billiton, uma das controladoras da barragem à epoca. O julgamento começou na corte britânica na última segunda-feira (21).

Nesta segunda semana do julgamento do Caso Samarco, tem início a oitiva das primeiras testemunhas convocadas para detalhar o funcionamento da operação na Barragem de Fundão. O rompimento causou 19 mortes, destruiu dois distritos históricos e contaminou toda a Bacia do Rio Doce, que abrange 48 municípios em dois estados (Minas Gerais e Espírito Santo).

Exploração da barragem de Fundão em Mariana era negócio lucrativo, admite ex-diretor da Samarco
Os atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, de Mariana, protestam na Inglaterra.

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“Ela produzia um bom fluxo de caixa”, afirmou Campbell ao responder perguntas do advogado das vítimas, Alain Choo Choy.

Ainda segundo Campbell, as empresas- Vale, Samarco e BHP – estavam alinhadas quanto a operação em Mariana, com poucos casos de desentendimentos.

“Não me lembro de ter visto divergência de interesses entre os diretores da Vale e da BHP ou, de fato, entre os acionistas da BHP e da Vale […]. Na época em que eu estava no conselho, não vi nenhum desalinhamento além da questão potencial do P4P. Portanto, não observei uma posição em que houvesse uma decisão tomada pelos diretores no melhor interesse da Samarco que pudesse ter sido diferente do que eles preferiam como acionistas. Não vi nenhum desalinhamento [de interesses]”, relatou o executivo.

O P4P, citado por Campbell, é o projeto de criação da quarta usina de pelotização da Samarco, o que gerou a necessidade de aumento de produção. Segundo o escritório que defende os atingidos, esse projeto está ligado à expansão da barragem antes de seu colapso,.

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